sábado, 28 de agosto de 2010

De hoje em diante, preciso me encontrar


Preciso Me Encontrar

Cartola
Composição: Candeia

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...

Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...


Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim


Roberto Carlos
Composição: Rossini Pinto

De hoje em diante
Vou modificar o meu modo de vida
Naquele instante que você partiu
Destruiu nosso amor

Agora não vou mais chorar
Cansei de esperar
De esperar enfim
E pra começar eu só vou gostar
De quem gosta de mim

Não quero com isso dizer que o amor
Não é bom sentimento
A vida é tão bela
Quando a gente ama e tem um amor

Por isso é que eu vou mudar
Não quero ficar chorando até o fim
E pra não chorar
Eu só vou gostar de quem gosta de mim

Não vai ser fácil eu bem sei
Eu já procurei
Não encontrei meu bem
A vida é assim
Eu falo por mim
Pois eu vivo sem ninguém

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

caminhar vazio

ela me persegue para todos lugares... no meu hosróscopo, nas presenças bem e mal vindas e sobretudo nos olhares... esses me vem como uma falta de ar, que sou obrigada a fisgar como se me fosse bem vindo.

às vezes, ao andar por aí sou de repente atordoada em uma loucura qualquer em qualquer qualquer coisa... e como um devaneio, penso em me atirar num canto, mas então dou um berro (ainda que baixo, alto o suficiente para ser um berro) e depois, respiro fundo, mas como um soluço e então percebo que estou sozinha
as vezes me sinto sozinho e é bom... andar sozinho comigo

ultimamente tenho sido perdida
e procuro

sei que não devo procurar
quando a gente procura, as coisas passam por nosso olhos
e é por isso que a gente tem que parar de procurar

mas aqui estou eu e ela vem me apertar de novo
essa tal emoção
que eu não sei de onde saiu
nem pra onde vai
sei só que dói muito
e a cada dia a dor se torna um pouco de lembrança
e o colorido e quente vai se tornando frio... mas frio e cinza
e até a comida agora tem sempre o mesmo gosto
o mesmo gosto
sempre

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Tributo a São Paulo... ou a amizade

Sou paulistana, daquelas que treme de emoção ao cruzar a paulista e que se sente em casa só de ver aqueles prédios altos com um relógio eletrônico. São Paulo é como um sinônimo de vida e eu não me imagino em outro lugar.
Dizem em outros cantos que somos frios: eu digo que é só aparência. Ouvi alguém falar uma vez que o mano, o mano não podia ter nascido em outro lugar. Tá, não temos praia, vivemos em uma selva de pedra, o trânsito é caótico, a poluição é insuportável. Mas aqui é a cidade da camaradagem.
É um lugar de se fazer grandes amigos. Tudo é mais ou menos glamour e praticidade e se aprochegar na casa do colega se torna banal em poucas semanas.
Nem sei porque comecei a escrever isso. Talvez por causa do que me aconteceu justamente hoje.... em meio a hora do rush, atravessando a cidade. Calhei de pegar uma carona com uma amiga minha, uma dessas pessoas esclarecidas, práticas e felizes, dentro do que é possível se chamar felicidade. Até então, estava pairando em outros mundos, imersa nos meus problemas existenciais, nas minhas angústias e na minha iminente e incontrolável carência.
A conversa se enveredou por caminhos aleatórios, como acontece com os bons papos. Fato foi que, enquanto ela me contava de seu namorado e da sua vida, pequenas carências e necessidade de soluções... as coisas foram me parecendo mais suaves. O trânsito na avenida era tão mais leve quanto mais a conversa evoluía e confesso que cheguei a desejar que o farol fechasse em alguns momentos.
Aí está... talvez um café com cortinas vermelhas e intelectuais com cigarros (ah, estes foram proibidos) ou quem sabe um por de sol ma-ra-vi-lho-so na praia fosse o cenário ideal para esse momento. Mas porque um “momento” não pode acontecer entre uma esquina e outra, parado num quarteirão de uma rua qualquer, esperando uma luzinha verde acender...