terça-feira, 10 de agosto de 2010

Tributo a São Paulo... ou a amizade

Sou paulistana, daquelas que treme de emoção ao cruzar a paulista e que se sente em casa só de ver aqueles prédios altos com um relógio eletrônico. São Paulo é como um sinônimo de vida e eu não me imagino em outro lugar.
Dizem em outros cantos que somos frios: eu digo que é só aparência. Ouvi alguém falar uma vez que o mano, o mano não podia ter nascido em outro lugar. Tá, não temos praia, vivemos em uma selva de pedra, o trânsito é caótico, a poluição é insuportável. Mas aqui é a cidade da camaradagem.
É um lugar de se fazer grandes amigos. Tudo é mais ou menos glamour e praticidade e se aprochegar na casa do colega se torna banal em poucas semanas.
Nem sei porque comecei a escrever isso. Talvez por causa do que me aconteceu justamente hoje.... em meio a hora do rush, atravessando a cidade. Calhei de pegar uma carona com uma amiga minha, uma dessas pessoas esclarecidas, práticas e felizes, dentro do que é possível se chamar felicidade. Até então, estava pairando em outros mundos, imersa nos meus problemas existenciais, nas minhas angústias e na minha iminente e incontrolável carência.
A conversa se enveredou por caminhos aleatórios, como acontece com os bons papos. Fato foi que, enquanto ela me contava de seu namorado e da sua vida, pequenas carências e necessidade de soluções... as coisas foram me parecendo mais suaves. O trânsito na avenida era tão mais leve quanto mais a conversa evoluía e confesso que cheguei a desejar que o farol fechasse em alguns momentos.
Aí está... talvez um café com cortinas vermelhas e intelectuais com cigarros (ah, estes foram proibidos) ou quem sabe um por de sol ma-ra-vi-lho-so na praia fosse o cenário ideal para esse momento. Mas porque um “momento” não pode acontecer entre uma esquina e outra, parado num quarteirão de uma rua qualquer, esperando uma luzinha verde acender...



Um comentário:

  1. Você escreve muito bem.
    E também porque diz coisas que calam fundo,
    mesmo que simples.
    Me surpreende te ver falando assim, com propriedade, vivendo assim, com propriedade.
    Como disse naquele bilhete de natal,
    é estranho quando a mulher dentro de você se descola da irmãzinha que eu ainda vejo.

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