Conversava com minha irmã na cozinha, sobre loucura.
Esta, que me perseguia desde a infância. Incompreensível sombra, persistente.
Na maconha que não fumava, no sono caótico, nos presságios realizados e na solidão sempre.
Minha irmã dizia então, ela, que deixava levar-se pelo fluxo das coisas tortas, muitas vezes enclausurando-se em guetos, em outras enfrentando o que não era permitido. Enfim, dizia que a loucura era aquilo que víamos sempre em minha tia e suas amigas, aquela figura caricatural e desatinada. Já eu e ela, éramos apenas um pouco fora da linha.
‘Nós, não seguimos o padrão’, disse. E completou: ‘Deve ser porque temos sangue de cigano’.
Nenhum comentário:
Postar um comentário