domingo, 5 de junho de 2011

Qual era entao o espelho certo?

Conversava com minha irmã na cozinha, sobre loucura.

Esta, que me perseguia desde a infância. Incompreensível sombra, persistente.

Na maconha que não fumava, no sono caótico, nos presságios realizados e na solidão sempre.

Minha irmã dizia então, ela, que deixava levar-se pelo fluxo das coisas tortas, muitas vezes enclausurando-se em guetos, em outras enfrentando o que não era permitido. Enfim, dizia que a loucura era aquilo que víamos sempre em minha tia e suas amigas, aquela figura caricatural e desatinada. Já eu e ela, éramos apenas um pouco fora da linha.

‘Nós, não seguimos o padrão’, disse. E completou: ‘Deve ser porque temos sangue de cigano’.

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